sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Encanto

Eu deixo no ar pensamentos que não podem me salvar.
Eu ouço a melodia da destruição.
As dores que se apossam da minha alma hoje já não surtem o mesmo efeito.
Tão presa em mim.
Vejo sangue escorrer pelas minhas mãos.
E neste mórbido sonho eu permaneço.
Como se não houvesse nada lá fora que seja real.
E nesses desastres me pego a flutuar em outras direções.
Como uma alma errante em um desejo que vai contra sua natureza.
O desejo permanece em mim como uma discreta semente a se infiltrar no solo.
São direções que me tiram da solidão,
Me enchem de ilusão.
Mas como pode uma alma puramente feita de sofrimento,
Acreditar na alegria da emoção?
Como uma criança acredita em fadas...
Ainda sim presa em uma sinfonia de horrores,
E ao mesmo tempo mergulhada em doces sonhos nada cruéis.
É como querer a paz,
Mas morar no inferno.
Os dias passam mais rápido pra mim.
E minha vida como uma fonte limitada.
Se esgota aos poucos, gota por gota.
E o encanto novamente se esvai deixando que o horror permaneça.