Como as batidas do coração,
Tão pulsante, como sangue correndo pelas veias.
Como um delírio, a me cegar a realidade,
Tão constante e tão ilusivo.
Como se pudesse haver uma realidade abstrata,
Tão distante de tudo,
Reclusa em meu mundo,
Nada é igual...
Cada detalhe é tido com cores diferentes,
No céu não há sol, mas tudo é uma continua noite estrelada.
Como se tudo pudesse ser eterno,
E ao mesmo tempo como se tudo tivesse um fim,
E eu já não temesse mais eternidade ou o adeus.
Tão repleta de um novo eu,
Como se olhasse no espelho e não me vesse.
És um delírio constante da alma,
Cujo leitor não tem a obrigação de intender.
Mas que aceite as palavras que vos escrevo,
Na intenção de não deixar minha pobre alma padecer na loucura.
Já não tento concertar imperfeições,
Pois inunda-me as emoções,
Das mais diversas e por hora me inunda também a frieza.
E nesta arte abstrata da vida onde o delírio invade a realidade,
Eu vou me com o vento e deixo pulsar a bipolaridade da vida,
Sou eu... já não sou mais eu... quem somos?
Talvez não haja respostas que me saciem ou remédios que me curem a loucura.
Então apenas deixe estar... E deixe pulsar.