quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
O Rei
Estou doente, olho em seus olhos e você não vê.
Minha alma está pegando fogo, e minha mente já esta tão distante...
Eu corro, mas ninguém vai me salvar,
meu trono caiu, e minha coroa agora é apenas um objeto.
Tento me esconder nas sombras de um castelo que um dia construí.
São tantas mentiras, são tantas verdades não claras,
Agora apenas há sangue e fogo derramados pela muralha.
A doença me cega, me tranca, não posso sair, ou regressar.
Meu povo deserta, e aos poucos a morte chega.
E talvez eu fique aqui para sempre, como uma comida "real" para os corvos.
Apenas queria defender-me, defender-me do exercito de fúria,
Defender-me do mundo em ebulição lá fora.
E de nada mais adianta, minha loucura me condenou.
Haverá saída?
Minha coragem ainda luta,
Talvez eu possa abrir os olhos, e vislumbrar as ruínas por uma outra vez.
Ainda há guerra, posso ouvir, posso cheirar minha doença.
Posso sentir no fundo algo querendo sair pelas entranhas,
Posso sentir minha respiração dizer, algo que por muito tempo morreu em mim
Apenas honrei os desejos, e agora... tento colidi-la, encontra-la, abrir os olhos...
Tento me ver, e me pergunto, quem eu sou? quem reinara agora?
Morro por fim, por partes de mim, as partes doentes e putrefatas.
Nasce então o pior e o melhor, e morre o meio termo.
Nasce os estremos que sempre se colidiram, em um casamento, de amor e ódio,
Morte e vida, onde rei e plebeu são a mesma pessoa, porem tão perigoso quanto qualquer um.
E então a certeza de que nem o fogo e nem o sangue, destroem um reino de um só ser.
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