segunda-feira, 7 de abril de 2014

Liberto


Ela andou pelas ruas, a noite era fria e escura.
Seus passos eram o único barulho no deserto de silencio.
Mas ali era seu lugar onde ninguém poderia lhe tirar a liberdade.
Onde o vento podia tocar o rosto sem medo.
Onde as veias pulsavam quente.
E apesar de só, lá ela estava, sem pertencer a nenhuma crença de para sempre.
Nenhuma ilusão de pureza.
E recordando que seu coração por tantas vezes quebrado se juntou.
Suas lagrimas que por muitas vezes se derramaram se secaram.
E não havia magoa dentro de si.
Não havia arrependimento e tudo que sonhou era apenas aquilo.
Como se em um momento pudesse alcançar o céu com a ponta dos dedos.
E tudo fosse apenas dentro de si.
Naquele momento não existia nenhum problema ou sentimento incomodo.
Era o arranha-céu mais alto da cidade.
E seu sorriso era o veneno a contaminar o ar por onde passava.
E talvez aquela tivesse sido apenas uma pequena batalha vencida dentro de si.
E mais batalhas poderiam vir, mas no momento, aquilo era tudo que tinha,
E tudo que precisava.
Pertencendo a noite, e a noite pertencendo a ela.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Borboleta vermelha


Uma borboleta vermelha igual o amor pairando sobre nossos dias.
Voando baixo em baixa velocidade.
Como nossas escolhas, trazendo o novo e o velho.
O permanecer e o inovar.
Tudo na palma das mãos, querendo pousar em algum lugar.
E essa borboleta que hoje paira sobre nossas vidas nos diz,
Que o novo vira mas sentimentos permaneceram.
Que uma nova era se abre em nós, mas não anula o amor.
Como todo fim de tarde tudo irá escurecer, mas as estrelas irão se abrir no céu.
Assim como não podemos tocar o céu, podemos observá-lo.
Como jovem não pode impedir que a velhice chegue mas pode conservar a alma jovem.
Os traços da vida as vezes nos fazem dar bruscas curvas sem saber onde vai chegar.
E porque não eternizar  tudo que temos, que vivemos.
Como se o verão nunca fosse chegar.
E a chuva nunca parasse e a noite jamais virasse dia.
Como o amor concreto construído dia a dia.
Como o olhar perdido que sempre se encontra ao olhar outro reciproco.
Como o mundo que jamais se acaba quando pertenço a seus braços.
E com toda certeza quando o dia amanhecer a borboleta vai estar lá.
Presa na atmosfera do mundo que pode se modificar mas jamais pode deixar de ser o nosso.
E quando suas lagrimas caírem lembre-se da borboleta vermelha a pairar sobre nossas escolhas.
Ela vai te lembrar que por mais que os dias sejam difíceis e estranhos, nosso mundo nunca acaba.
E quando o dia amanhece ele pode se modificar mas nunca desaparecer.
A borboleta vermelha que nos trás a memoria e o presente de que isso nunca termina.
O que é verdadeiro permanece até o ultimo suspiro.