quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Fechar os olhos


Eu fecho os olhos,
Posso o ver o fantasma,
Seus olhos me consomem.
Me oferecendo a vida e a morte.
O azar e a sorte.
A luz e as trevas.
A sanidade e o delírio.
O começo e o fim.
Caminha em direção a mim,
E trás o sangue de um coração paralisado pela dor.
A nevoa da saudade que restou do amor.
O vento cortante, das palavras que não me deixaram.
As verdades que não se apagaram.
Trás consigo também o espelho,
Que mostra quem somos sem que possamos mentir.
A ilusão se desfaz e já não podemos fingir.
Trás o desespero de não saber o que há  no escuro.
Mas a certeza de que nada pode ser puro.
Me dá os mortos, e as magoas que ficaram.
Dos momentos e sentimentos que passaram.
Vem a mim e então reconheça,
Que somos a mesma matéria,
Dois lados de uma mesma moeda.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Controle


Hoje o céu está nublado.
O dia esta frio, o vento cortante.
Talvez, mais uma vez, minhas palavras tenham fugido.
Se refugiando em um mundo onde não se pode ter acesso.
Assim como as estrelas se escondem em dias nublados.
Assim como o frio toca meu rosto tirando o calor.
As palavras se guardam no silencio.
As mudanças de um tempo cercado por novidades.
Lembranças caladas no vazio,
Lembranças tristes de momentos irreversíveis.
Promessas não cumpridas de uma breve vida.
Talvez... mas só talvez, seja loucura continuar.
O amanhecer de todos os dias, trás o despertar da dor.
O desenrolar das horas nos trás saudades, de um tempo que jamais volta.
O futuro nos guarda o que ninguém pode prever com a unica certeza de que o fim virá.
Ao caminhar os passos cada vez se mostram mais difíceis.
E quando o desespero queima dentro de nós como pólvora no fogo, consumindo-nos.
Em dias frios onde a solidão nos abraça,
Em dias nublados onde é preciso apenas algo,
Apenas um novo momento para ser guardado,
Apenas mais um abraço que retire a solidão.
Em dias frios que a dor nos controla.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Caindo


O frio se vai, o calor de seus braços me aquece.
Não há tristeza que se cure quando há pouco tempo para estar ali,
Nem o céu mais belo é capaz de distrair os pensamentos.
Enquanto os passos nos direcionam para o abismo,
Enquanto a dor afeta nossa alma doente, enquanto a água não sasseia a sede.
Estar ali, é como cair desse abismo,
No exato momento que se perde os sentidos, e se entrega a queda.
O vento no rosto, os olhos fechados esperando o impacto.
E de certo modo, por mais que o impacto com o chão lhe mate,
Esses poucos segundos trazem o prazer de cair, a sensação de liberdade jamais sentida.
Talvez o abismo esteja em teus braços... talvez esse abismo esteja dentro de nossas mentes.
Como algo que se liga pelo calor dos beijos, e a frequência cardíaca... ou..
Talvez... o simples fato de estar ali.
A suavidade dos momentos ternos, e a simplicidade em que se encontra momentos felizes.
Na bondade de pequenos gestos cuidadosos, de pequenos sorrisos involuntários.
Embebidos no desejo  insaciável de cair um dentro do outro, em uma eterna queda,
Que de certo modo nos transmite uma liberdade.
Inquietos dentro de um simples momento.
Que tanto significa.
Que tanto nos transporta pra outro mundo.
Onde talvez haja lugar para estar ali para todo o sempre.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Momento

E quando a noite cai com seu manto estrelado nos cobrindo,
Talvez seja perigoso pensar.
Como um sorriso tão sincero aparece no caus?
Como os sonhos podem continuar a existir, mesmo que machuquem?
E talvez uma melodia lhe faça chorar.
Enquanto a lua toca seu rosto com sua suave luz.
Se teus olhos não se abrirem mais?
Então qual sera a ultima imagem que lhe fara feliz?
E as lagrimas derramadas pela tristeza da alma?
Então quais dessas vezes valeu realmente a pena chorar?
E se teu lábios jamais pronunciarem uma palavra se quer?
Será duro demais não poder dizer o que sente?
E se tua alma sumir, e você não mais viver?
Os passos que deixou de dar, os sorrisos que deixou de sorrir...
Qual foste o único momento em que realmente valeu a pena?
Entre as flores e espinhos o ódio se torna tão pequeno diante o tempo.
Ainda há corações a bater, vidas que desejam aproveitar até o ultimo suspiro.
Ainda há caminho para se pisar, e motivos pra seguir.
Mas e se o amanhã lhe levar? Então não haverá mais nada.
Apenas pensamentos, que nos trazem mais próximos.
Enquanto a realidade se limita ao visível e palpável.
Quem sonha dentro de sua tristeza, recorda e vive até mesmo o que nunca aconteceu.