terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Caindo


O frio se vai, o calor de seus braços me aquece.
Não há tristeza que se cure quando há pouco tempo para estar ali,
Nem o céu mais belo é capaz de distrair os pensamentos.
Enquanto os passos nos direcionam para o abismo,
Enquanto a dor afeta nossa alma doente, enquanto a água não sasseia a sede.
Estar ali, é como cair desse abismo,
No exato momento que se perde os sentidos, e se entrega a queda.
O vento no rosto, os olhos fechados esperando o impacto.
E de certo modo, por mais que o impacto com o chão lhe mate,
Esses poucos segundos trazem o prazer de cair, a sensação de liberdade jamais sentida.
Talvez o abismo esteja em teus braços... talvez esse abismo esteja dentro de nossas mentes.
Como algo que se liga pelo calor dos beijos, e a frequência cardíaca... ou..
Talvez... o simples fato de estar ali.
A suavidade dos momentos ternos, e a simplicidade em que se encontra momentos felizes.
Na bondade de pequenos gestos cuidadosos, de pequenos sorrisos involuntários.
Embebidos no desejo  insaciável de cair um dentro do outro, em uma eterna queda,
Que de certo modo nos transmite uma liberdade.
Inquietos dentro de um simples momento.
Que tanto significa.
Que tanto nos transporta pra outro mundo.
Onde talvez haja lugar para estar ali para todo o sempre.

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