domingo, 29 de setembro de 2013

Amanhecer


Eu corro para longe,
Tento provar ao vento que o menor sopro não é capaz de destruir tudo.
Eu busco a cura para todos os erros.
Para tudo que devia ser dito.
A cura da saudade, dos dias que se vão, sem voltar.
Não há nada que possa curar, os pés estão cansados.
Mas a esperança não morre.
E no amanhã quando eu novamente viver...
E no amanhã quando eu novamente acreditar...
Um novo dia nascerá, mesmo que tudo que eu tente buscar, nunca encontre.
Mesmo que todas as faltas não sejam preenchidas.
Eu vou continuar a caminhar contra o vento.
E para o céu nublado dizer que nada pode ser apagado.
E as lagrimas derramadas em vão...?
E as lagrimas derramadas verdadeiramente...?
Permanecerão guardadas.
Até que o fim se aproxime.
Talvez este sim seja a unica resposta.
Tão imerso em mim, o fim, a perda e o encontro.
Como tudo sempre tem de terminar,
Mas talvez tudo tenha de se reencontrar em destino tão distante quando um outro amanhecer...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rio


Há um rio que nos leva ao outro lado de uma existência,
De águas frias e calmas.
Um rio escuro percorrendo nossa alma.
E quando fecharmos os olhos, na calma da noite,
Poderemos entrar em uma embarcação,
Jamais vista antes e percorrer as águas até o outro lado,
Desvendar os mistérios de uma trajetória atormentada.
De uma vida inadequada aos sonhos.
Do outro lado pode se ver um imenso reino irreal,
Criado pelos verdadeiros desejos.
Lá ha felicidade, sorrisos, cores.
Lá ha magia e esperança otimista para os próximos dias.
Lá tudo é real em sua irrealidade,
Desejos verdadeiros que não puderam ser cumpridos,
Rumos que não puderam ser seguidos.
Do outro lado ainda esta vivo tudo que pensou ter matado.
Os planos construídos e destruídos ainda moram lá.
Os sonhos plantados no coração e envenenados.
Do outro lado, no mundo que inconsistentemente criamos, todos os dias aos poucos.
Em reino não tão distante apensa do outro lado do rio.
Em um lugar irreal de desejos e sonhos sinceros.

Céu de sangue


Sou o sangue pulsando freneticamente pelo seu corpo,
Sou sua vontade, seu desejo, seu ódio, seu amor,
Eu sou os restos que não lhe importavam,
Sou o fim com um novo começo.
Eu enveneno suas veias aos poucos,
Amorteço sua dor, e faço ter outra.
Nada menos que tortura e tormenta em pleno pesadelo.
Eu sou a fênix a ressurgir das cinzas para assombrar seu mundo.
Um fantasma amargurado a assombrar os mais belos dias,
Transformando tudo em noite.
Um toque de diversão no ar, minhas gargalhadas são seu medo e sua curiosidade.
Eu posso consumir seus pensamentos seus arrependimentos e sua vontade de voltar atrás.
Eu escrevo outro destino para você e pinto seu céu de sangue!
Eu faço suas alegrias falecerem por sobre os espinhos,
Faço ressurgir uma nova felicidade psicopática,
Faço o medo sorrir e o sangue ser brinquedo.
Sou um delírio, uma ilusão.
Um fantasma invisível, tão perto e tão distante.
Conheço seus passos e sigo-te pelo escuro e o delírio da loucura.
Faço sua mente oscilar e se cansar da realidade.
Faço seus pensamentos serem contaminados por tudo aquilo que um dia me transformou.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Caindo


Eu caminho em direção ao precipício,
E apenas posso ver palavras falsas,
Lagrimas derramadas, nem todas minhas.
A cada passo posso me sentir mais vazia.
Em uma busca constante pela história perfeita, as pessoas costumam se iludir com o que não podem ter,
Eu apenas queria ver os lindos jardins coloridos como todos descrevem, 
Daqui das profundezas só pode se ver flores mortas,
Eu apenas gostaria de sentir a beleza que todos veem,
Eu apenas gostaria de sorrir com verdade, mergulhada em uma felicidade verdadeira.
Então desse mundo construído de mentiras, eu me vou.
Me jogando livremente em queda livre, muitos dirão que é loucura,
Mas quando se esta aqui os milésimos em que o vento corta o rosto, trás a mais linda liberdade.
As lembranças que de algum modo valeram apena, tanto as de dor como as que continham raros momentos de alivio.
Deitada por sobre um rápido segundo de imensidão e liberdade, posso sentir a dor se extinguir de mim.
Como uma musica perfeita feita para os meus ouvidos, a sinfonia do fim.
E assim abraço o chão, com alivio dos dias.
Já não há mais dor nem ao menos lágrimas, não há nada nem magoas.
Deitada por sobre minha ultima cama, e meu único alivio.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Enquanto o mundo dorme

Eu estou aqui diante de seus olhos,
Como sempre estive, mas não como sempre fui.
Eu recolho lagrimas pelo chão, na tentativa de resgatar-te.
Seria demais querer o que sempre reneguei?
Seria demais sentir o que nunca me permiti?
Enquanto a noite ainda esta estampada no céu,
E as estrelas estão lá para serem lidas,
Posso ver a luz na escuridão, como uma mescla quase perfeita.
Como uma historia que não pode ser revelada,
Ainda permaneço em minha distancia que a cada dia se faz mais inexistente.
Ainda tento colar os pedaços do coração quebrado.
Quero estar aqui e as vezes ao seu lado.
Quero estar distante e as vezes em seus sonhos.
Quero permanecer em meu mundo e as vezes, quero ser o seu.
Mas ainda há dor em um mundo muito longe.
Há uma tristeza da qual não posso arrancar com as mãos dessa história.
Eu as vezes apenas peço para que o vento noturno toque meu rosto e que me contemple com lembranças,
Enquanto o mundo dorme e o coração pensa.

sábado, 14 de setembro de 2013

Buscas

Estar aqui, permanecer aqui.
As vezes os pensamentos nos levam a um lugar que até então desconhecíamos.
E quando as luzes se apagam a mascara cai e podemos chorar.
E por quantas vezes dizemos não a nós mesmos?
E por quantas vezes desenhamos um futuro, e seguimos outro?
As memórias cortam minha alma,
Talvez um dia alguém poderá se sentir assim também.
Paralisado enquanto o tempo corre.
Dividido entre as verdades e enganos de um coração que tanto quis sonhar.
E talvez as estrelas brilhem de uma forma diferente,
Mas quando parar pra pensar nunca vai poder descobrir, que lagrimas já correram, só pra te buscar no vazio.
Mas talvez entre os delírios de uma vida este seja mais um.
Delírios imersos em sonhos e em uma necessidade de se manter vivo.
E as vezes o vazio trás a solidão,
E as vezes o preenchimento trás a saudade de se sentir só.
E talvez quem sabe um dia o mundo gire e nos mostre o que estava escondido o tempo todo.
Dizem que felicidade pode ser uma consequência de dias belos,
Porém eu digo que a tristeza sim é a consequência de dias belos imersos a saudade.
E talvez a felicidade estivesse nos dias que não foram vividos, nos detalhes, no que tivemos medo de fazer.
Porem não há razão que se encaixe, e nem ao menos teoria.
Para as buscas desenfreadas do coração.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Perdido


E quando nos matemos perdidos, o mundo já não é mais nosso,
As coisas costumam a ficar distantes.
As vezes tentamos demais até que se torna em vão tentar.
Muitos dizem que desistir é pros fracos,
Mas quando se persiste com o mundo nas costas por muito tempo, já é coragem o bastante.
Há coisas que sentimos, há coisas que vivemos, há lagrimas que iram rolar,
Há uma vida lá fora, enquanto estava perdido tudo isso se foi.
A tristeza a de chegar, e um breve arrependimento imerso, em um sentimento profundo.
Porém temos que deixar ir, temos que deixar ir embora, o que mais amamos as vezes.
E o tempo as vezes não cura, o tempo as vezes apenas perdoa,
Mais ainda haverá uma lua, e com a lua as estrelas,
E talvez as memórias não se apaguem, mas um dia voltaram a sorrir em sua mente.
Quanto estamos em um voo tão baixo, precisamos nos desprender,
Para que possamos subir alto o bastante para enxergar a beleza do espaço.
As estrelas podem nos guiar, mas não podem nos impedir de perdemos a nós mesmos.
E talvez o coração grite e queira voltar, controle-se e saiba que a vida da voltas,
E nada pode se viver duas vezes.
E quando nada mais fazer sentido, procure fazer sentido.
Pois há tanto lá fora para se ver,
Ainda há sorrisos para sorrir.
E talvez haja uma lua pra conversar e desfazer as magoas.
É apenas permitir-se se encontrar.
Muitas vezes não precisamos encontrar nada nem ninguem,
Muitas vezes basta não se perder, se encontrar, e deixar ir...